3 de abr. de 2011

Audax Floripa 2011

No último domingo participei do Audax Floripa, prova de 200 km de bike pelas ruas da Grande Florianópolis. Trata-se de uma prova de ciclismo de 200 km, onde não existe competição. O desafio é contra você mesmo.

No sábado à noite fui ao congresso técnico e descobri que alguns itens eram obrigatórios, tais como lanterna traseira e dianteira e colete refletivo. Saí então para comprar essas coisas, e por sorte havia lojas abertas no shopping.

Fiquei arrumando minhas coisas e acabei indo dormir tarde. Como seriam mais de 8 horas pedalando, era fundamental preparar toda a alimentação e hidratação, bem como os equipamentos.

Acordei às 4h30min da manhã, tomei um café e fui para a largada, na Beira-mar Norte. Lá encontrei meu amigo Valmor do CEVAHUMOS, além do Marcelo da NEWPACE e o Lúcio, meu vizinho.

Ainda estava escuro e os mais de 340 ciclistas se amontoavam na largada esperando o sinal para a longa jornada. Eis que o Milton Della Giustina, organizador da prova, dá o sinal. Aquele bando de ciclistas parte pela Avenida Beira-mar, rumo à Ponte Colombo Salles para chegar ao continente.

Uma das faixas da avenida estava fechada para o evento, e era emocionante ver aquele pelotão GIGANTE, todo mundo sorrindo, com um sentimento em comum: o prazer de pedalar.

Passamos sobre a ponte, onde uma das faixas também estava fechada para o evento. Eu olhava o cartão postal da cidade que nunca me canso de ver, a Ponte Hercílio Luz, desta vez de uma maneira diferente: eu estava de bicicleta, em cima da ponte num bolo de mais de 340 ciclistas.

Percorremos os bairros do Estreito e Capoeiras, chegando ao município de São José. Passamos pelos bairros do Kobrasol, Ponta de Baixo e retornamos pela Avenida Beira-mar de São José, com uma vista muito bonita.

Passamos em frente à minha casa, no bairro de Coqueiros, que também é uma bela paisagem. A partir daí o grupo começava a se dispersar, sendo formados grupos menores.

Passamos novamente pela ponte (desta vez na passarela inferior), voltando à Ilha. Novamente belas paisagens: Bairro José Mendes (uma das vistas mais bonitas de Floripa para mim) e Via Expressa Sul.

A organização conseguiu autorização para atravessarmos a base aérea (área militar), aonde chegamos ao bairro Tapera. Ali pegamos uma rua de calçamento com lajotas, o que fez com que minha garrafinha caísse duas vezes. Parei no primeiro Posto de Controle (km 50) para carimbar a credencial e tomar uma água. Partirmos então para o Bairro do Ribeirão da Ilha, um dos bairros da Ilha onde a colonização açoriana é mais evidente: casas no estilo açoriano, uma igrejinha com uma pracinha na frente, tranqüilidade total.

Rumo ao Sul da Ilha, um forte vento contra. Lembrei dos conselhos do Betinho, encostei-me a dois ciclistas, andando no vácuo e evitando o vento no rosto. Mas acho que eles não gostaram muito, pois me deram uma bronca. Passei-os, certo de que viriam atrás, agora tirando um pouco de vantagem, mas para a minha surpresa eles não quiseram me acompanhar, talvez com receio de que em seguida eu diminuísse a velocidade e novamente voltasse a andar atrás deles.

Passei pelo Morro das Pedras, lindo cartão postal da cidade e agora também da novela das 20h (ou 21h?). Lá tem um antigo convento, hoje casa de retiro, mas que na novela é um Hospital. Bairro da Armação, Pântano do Sul e Açores, retornando novamente ao Morro das Pedras. Ali passei a pedalar junto com o Josmar, ciclista de Ponta Grossa/PR, que me acompanharia até o final da prova.

Campeche, Lagoa da Conceição. Chegávamos então em uma das piores partes da prova: as subidas para a Praia Mole (belo visual) e Barra da Lagoa. No meio do caminho havia um cara parado, perguntei se estava tudo bem, se ele precisava de ajuda, e ele respondeu que estava tudo ok, apenas estava com cãibra. Chegamos ao Ponto de Vista, onde havia o 2º Posto de Controle (km 100). Um tempinho para carimbar a credencial, tomar água e comer banana.

Partimos então rumo ao Rio Vermelho, onde tem uma reta no meio da plantação de eucaliptos que parece que não acaba nunca! Chegamos à Praia do Santinho, onde encontramos mais um ciclista que, para a nossa sorte, conhecia o trajeto. Paramos para recarregar as baterias com um delicioso “caldicana”.

Retornamos no Costão do Santinho. Praia de Ingleses, Cachoeira do Bom Jesus e o último Posto de Controle (km 150). Ali eu e o Josmar passamos a pedalar junto a 3 ciclistas de Blumenau. Trocamos algumas idéias e pude aprender muito no meio de ciclistas com diferentes experiências. Em um grupo de 5 ciclistas, passamos a nos revezar na frente, o que permitiu que mantivéssemos uma boa média de velocidade.

Passamos pela Vargem Pequena, chegando à Rodovia SC-401 e a Jurerê Internacional. A partir dali eu faria um percurso que estou muito acostumado a fazer, sabia que estava faltando muito pouco para terminar os 200 km!

Mas ainda faltavam duas das piores partes da prova, os bairros de Cacupé e João Paulo. Lá há muitas subidas. Está certo que não são tãããão íngremes, mas já estávamos beirando os 200 km!

Ao sair do Bairro João Paulo e chegar novamente à Rodovia SC-401, todos eram só sorrisos. Alguém falou: “a prova acabou, pessoal! Acabou!”. Dali apenas precisávamos atravessar a passarela no bairro do Itacorubi e andar menos de 1 km pela Av. Beira-mar Norte até o pórtico de chegada.

Na chegada estavam me esperando as minhas lindas, Thaís e Mafalda, e eu era só alegria! Havia terminado a prova, completado os 200 km!

Ainda não vi o tempo oficial, mas credito que fiz em 8h40min.

Recebi o certificado e tiramos uma foto da família (eu, Thaís e Mafalda). As dores no corpo não me importavam.

Foi uma experiência incrível, que quero repetir e que recomendo a todos que gostam de pedalar. A energia no meio do grupo é muito boa! A troca de experiências, a ausência do espírito de competição, as lindas paisagens, o esforço para vencer o desafio, a chegada. Tudo isso faz valer a pena participar dessa experiência maravilhosa.

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