SEM NOÇÃO COM CRISTO

“Paulinho! Olha a tosse!”, dizia a mãe para uma criança correndo na chuva. Era a propaganda de um xarope, que passava na TV quando eu era criança.

Como na escola eu sempre fui o “Paulinho”, durante anos ouvi essa brincadeira.

E assim temos diversos outros exemplos:

“Bonita camisa, Fernandinho!” (também era uma propaganda da TV)

“Você é virgem! Hahahaha!” (frase dita para aqueles que nasceram no final de agosto ou início de setembro)

“Mas é pavê ou é pá cume?” (esta é clássica, dita quando alguém anuncia a sobremesa)

O fato é que essas frases são hilárias para aqueles que as falam, mas totalmente sem graça para aqueles que já as ouviram milhões de vezes.

Outro dia contei do Engenheiro Cristo, que trabalha no Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER/PR), a quem minha chefa chamou, por engano, de Engenheiro Jesus.

Pois este engenheiro entrou em contato conosco esses dias. Disse que houve um problema na construção de uma ponte que projetamos, e que ele precisava de uma solução do projetista.

Chamei o projetista, Engenheiro Nélson, um descendente de alemães com um jeito muito engraçado. Telefonei para DER/PR e passei a ligação para ele.

Depois de explicar o que deveria ser feito na obra, ele não se conteve ao telefone:

- Agora deixa eu te falar uma coisa.
É a primeira vez que falo contigo, certo?
É a primeira vez que falo com Cristo! Hahahaha!
Entendeste? Tu entendeste? É a primeira vez que falo com Cristo!

Ao perguntar se o Cristo havia entendido a brincadeira, ele gesticulava com a mão, aquele gesto característico, com o polegar e o indicador estendidos, girando a mão. “Entendeu? Entendeu?”