4 de set. de 2011

Amyr Klink


Esses dias meu amigo Guilherme Preto me presenteou com uma frase do Amyr Klink:

"Não gosto que me chamem de Aventureiro, passo muito tempo planejando e estudando minhas viagens para considerá-las uma simples aventura".

Não conhecia essa frase, mas vinda do Amyr Klink, que já viveu tantas experiências fantásticas e ímpares, só podia ser genial.

Isso me fez lembrar do meu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) da faculdade de Engenharia Civil.

No início do meu trabalho, coloquei um texto do Amyr Klink:

"Tantos barcos eu conheci nesse tempo que provavelmente nunca tocariam o mar! Quantos! Fantasmas abandonados em estaleiros, sonhos esquecidos, idéias não realizadas, viagens imaginárias. Desse pesadelo eu estava livre. Sou a prova de que valeu a pena não desistir. E começar outra vez, para não me tornar um barco se mar. Ainda que minha viagem durasse apenas um único mísero dia, eu haveria escapado do maior perigo de uma viagem: não partir (para a minha luta)".

Li esta frase no site da ABRALE (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia), no depoimento da Camila Hinsching Fernandes.

Imagino que as pessoas que leram (ou lerão) meu TCC e não me conhecem, imaginem que eu estava falando dos desafios da faculdade. Mas não. Eu pensava em um desafio muito maior, do qual valeu a pena não desistir.

Nunca falei disso aqui, talvez por vergonha, não sei. Ao mesmo tempo sinto vontade em compartilhar, sinto até uma obrigação em falar disso, embora eu imagine que o blog seja pouquissímo lido. Tudo bem, se ajudar uma única pessoa já valeu a pena.

O desafio que eu me referia era o mesmo da Camila, e o mesmo que muitas pessoas hoje estão enfrentando. Gente famosa, inclusive. O "desafio" não tem preconceitos, ele chega para homens, mulheres e crianças. Ricos e pobres.

Aos 17 anos tive um câncer chamado seminoma. Fiz o tratamento e me curei. Porém, durante a faculdade, tive dois outros, um chamado "linfoma de Hodgkin" e outro "linfoma não-Hodgkin".

Não tenho nem palavras para expressar o apoio da minha mãe e minhas irmãs. Isso renderia milhares de "posts". Elas não sabem o quanto sou grato, o quanto as amo. Tenho certeza que também não imaginam o quanto foram importantes para o barco zarpar, para eu não desistir da viagem e não me tornar um barco sem mar.

Um grande abraço a todos e não deixem seus barcos estacionados em estaleiros!

9 comentários:

Cecília Velloso disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Cecília Velloso disse...

Você desde sempre foi um exemplo para mim! Também nunca falamos sobre isso um com o outro. Mas também sofri, acompanhei, e vibrei com cada etapa! Lembro que a Luana uma vez me disse que você era o herói dela! De certa forma é o meu também!!! Obrigada por compartilhar um pouquinho da sua história! Um beijo enorme da sua prima!

winicius wagner disse...

Pow Paulinho, sábias palavras! Bem me lembro do teu primeiro desafio quando tinhas 17 anos e ainda estudavas conosco no Energia. As dificuldades vem e vão e nos fazem crescer, sempre! Grande abraço, parceiro!

Winicius

Unknown disse...

Dias inteiros de calmaria, noites de ardentia, dedos no leme e olhos no horizonte, descobri a alegria de transformar distâncias em tempo. Um tempo em que aprendi a entender as coisas do mar, a conversar com as grandes ondas e não discutir com o mau tempo. A transformar o medo em respeito, o respeito em confiança. descobri como é bom chegar quando se tem paciência. e para se chegar, onde quer que seja, aprendi que não é preciso dominar a força, mas a razão. É preciso, antes de mais nada, QUERER. (Amyr Klink, cem dias entre o céu e o mar)

Paulo, eu podia escrever um milhão de coisas aqui pra te agradecer por ter me citado, e pra te descrever o quanto me emocionei com tua história....mas preferi simplicar e deixar que o Amyr Klink fale por mim!!!

Valeu, Paulo!!! E continua sendo essa pessoa do bem...isso faz muita diferença na vida de todos a tua volta.

Um abraço
Guilherme

Paulo Henrique disse...

Prima!
Eu nunca me vi como um exemplo, afinal eu só tinha uma escolha! Mas acredito que outras pessoas que estejam passando por isso, fiquem otimistas a ver histórias com final feliz!
Nunca conversamos sobre isso, mas tenho certeza que torceste muito, e estejas certa que todo o pensamento positivo que fizeste foi importantíssimo!
Saudades prima!!! Beijão!!!

Paulo Henrique disse...

Grande Winícius! Pois é, e lá se vão uns 13 anos... estamos ficando velhos, hein? hehehe
Toda essa história me fez encarar a vida de maneira diferente. Acho que hoje sou bem mais otimista, despreocupado com besteiras, e feliz. Características, aliás, que sempre enxerguei em ti, meu amigo!
Grande abraço!!!

Paulo Henrique disse...

Salve, Guilherme!!!
Mas este homem é uma enciclopédia do Amyr Klink! hehehe
Com certeza ser do bem faz bem! E tu és a prova disso!
Grande abraço!!!

Séffora Laus disse...

Henrique, tu não encorajas apenas as pessoas que estam passando por isso, mas todos nós! Aprendemos a dar valor ao "trivial", ao que realmente importa e que as vezes é tão difícil de ser notado! Fico feliz que a Tha tenha alguém assim ao lado dela, e que te tenhamos por perto! Grande beijo!

Paulo Henrique disse...

Oi, Séffora!
Obrigado pela visita aqui na Casa da Mafalda!!!
É verdade, às vezes esquecemos de dar valor ao que realmente importa e às vezes fazemos "tempestades em copo d'água". Quando me pego fazendo isso, penso em pessoas próximas que realmente tem PROBLEMAS, aí caio na realidade e o copo d'água volta a ser só um copo d'água!
Em relação à Thaís e amigos (te incluo nessa, tu sabes), podes ter certeza que o grande privilegiado da história sou eu!!!
Beijão!