20 de nov. de 2011

A sensatez de Leandro


Quem nunca ouviu alguém falar "eu sou emoção e ele é razão"?  E de fato volta e meia vemos exemplos que comprovam a sabedoria popular, que diz que os opostos se atraem e combinam, embora para toda a regra existam exceções.

Esses exemplos são interessantes. Talvez seja como misturar duas coisas bem diferentes em uma mesma comida,  e o sabor dessas duas coisas opostas resultar em um prato bem apetitoso. Quando criança, sempre comi abacate com açúcar, porém mais tarde descobri que na culinária mexicana fazem um molho de abacate salgado e delicioso. E assim temos vários outros exemplos (chocolate com pimenta, etc.).

Vale lembrar que a dosagem tem que ser correta. Nada de uma pitada a mais daquele ingrediente, sob o risco de acabar com a receita.

Penso que a relação das pessoas também pode ser assim. E quando falo em relação de pessoas, não me refiro exclusivamente a casais. Podem ser dois amigos, dois colegas de trabalho, uma dupla sertaneja. A mistura de ingredientes tão diferentes pode dar certo, embora muitas vezes duvidemos antes de experimentar o prato.

Falando em dupla sertaneja, outro dia escutei uma música que falava assim:

“Eu vou zuar e beber
Vou locar uma Van
E levar a mulherada lá pro meu Apê
Que é pra gente beber
E depois paragadá
Pa ra ra, pa ra ra
E depois paragadá
Pa ra ra, pa ra ra
Hoje tem farra
Vou fazer o movimento
Lá no meu apartamento
Entrou, gostou, gamou, quer mais...
Já preparei, abasteci a geladeira
Tá lotada de cerveja
O moído vai ser bom demais...
O prédio vai balançar
Quando a galera dançar
E a cachaça subir
Fazer zum, zum...
Não tem hora pra parar
O cheiro de amor no ar
Vai todo mundo pirar
E ficar nu (todo mundo nu!)...”



Reconheci aquela voz. Era do Leonardo, o qual fazia uma dupla sertaneja com seu irmão, o Leandro, que faleceu em 1998.

Lembrei então de quando a dupla fazia o maior sucesso com músicas como esta:

“Eu vejo a luz do teu olhar
Como uma noite de luar
Luz que me guia aonde eu vou
Você!
Meu motivo prá sorrir
Caminho certo prá seguir
Saiba que é só teu
Meu verdadeiro amor...
Eu juro!
Por mim mesmo
Por Deus, por meus pais
Vou te amar
Eu juro!
Que esse amor não acaba jamais
Vou te amar
É tanto querer, é tanta paixão
Te amo do fundo do meu coração
Eu juro...”


Não estou aqui dizendo que uma música é boa e a outra é ruim. Só fiquei impressionado com a diferença entre elas.

Parece que a dupla era formada por ingredientes bem diferentes. Não diria que um era a razão e o outro a emoção. Neste caso eu diria que um era a emoção e o outro um sem-noção (para rimar).

Ao retirar as colheres de chá de sensatez do Leandro, eu diria que a receita não deu liga. Abriram o forno e o bolo não cresceu, e o prato resultou bem indigesto.

Com certeza há pessoas que discordam. Mas gosto não se discute. Cada um tem o seu paladar!

Um grande abraço a todos!

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