7 de jan. de 2013

Comprando minha bike – o melhor custo / benefício


Estou muito longe de ser um atleta experiente, e bem distante de ser um bom conhecedor de bicicletas.

Mas recentemente tive a oportunidade de conversar com algumas pessoas interessadas em adquirir sua primeira bike, com o intuito de entrar nesse mundo maravilhoso que é o triathlon. E nessas oportunidades, percebi que essas pessoas tem a mesma dúvida que tive quando fui comprar minha primeira bike: “qual o melhor custo / benefício?”.

Lembro-me de uma conversa que tive com um conhecido empresário do ramo de bikes daqui de Florianópolis. Além de empresário, ele é um ciclista experiente. Na ocasião, perguntei a ele a respeito do melhor custo / benefício para aquisição de uma mountain bike. Não nego que eu esperava que ele me “empurrasse” uma mais cara, afinal, ele comercializa esse tipo de produto. Para minha surpresa, a resposta dele foi:

    - O melhor custo / benefício? Depende. Se for para passear em uma ciclovia, o melhor custo benefício é um. Se for para fazer trilha leve é outro, e se for para fazer uma trilha difícil é outro.

Resumindo, e aproveitando para mencionar uma expressão engraçada que já ouvi para esses casos, “não é necessário um canhão para matar uma formiga”.

Eu ainda completaria o raciocínio dele com o seguinte: mesmo para competidores, o melhor custo benefício deve ser baseado no nível do competidor.

As pessoas tem medo de adquirir uma bike muito simples e depois ter que adquirir uma mais cara, pagando, assim, por duas bikes.

Por outro lado, conheço alguns casos de pessoas que adquiriram bikes muito caras e com poucos meses de treino abandonaram o esporte.

É importante lembrar, ainda, que há atletas que foram campeões de Ironman com bikes muito mais simples que aquelas que vemos circulando “pilotadas” por meros mortais.

Fazendo uma analogia esdrúxula, um atleta iniciante adquirir uma bike top de linha seria como comprar uma televisão a cabo que permite a conexão com internet, bluetooth e mais um monte de coisas, mas utilizá-la apenas para assistir a Globo.

As bikes não pedalam sozinhas. E aproveitar tudo que elas podem nos oferecer depende do nosso nível como atleta.

Para atletas de elite ou grandes amadores, talvez a diferença entre adquirir uma bike X ou Y se meça em tempo e em posições no pódio. Mas para os meros mortais que nem eu, a diferença se mede em cifrões.

Minha opinião é que ingressemos no esporte com calma, adquirindo o necessário, e não o que é mais caro ou bonito.

Pensemos exclusivamente na prática do esporte, no amor que temos por isso. Lembremos-nos do conforto para pedalar por horas e horas (as bikes top de linha, com geometria mais agressiva, geralmente são menos confortáveis). Estejamos cientes do nosso nível como atleta. Não esqueçamos as contas de luz, de água e do condomínio do prédio. Conversemos com profissionais e atletas experientes que possam nos dar indicações importantes, com destaque para a geometria adequada do quadro da bike.

Fico muito triste quando vejo que algumas pessoas não ingressam (ou demoram a ingressar) no triathlon por acharem que tem que gastar uma fortuna para adquirir uma bike específica. A aquisição dos equipamentos necessários é bem mais barata do que muitos pensam.

Vamos ter mais amor pelo esporte, sem nos preocupar com nossa imagem. Vamos sentir a sensação da largada, da saída da natação, da transição entre o ciclismo e a corrida, a sensação de superação e de cruzar a linha de chegada.

Obviamente, mesmo o equipamento mais simples envolve um custo. Mas para a prática do triathlon, basta o equipamento mínimo necessário e a vontade de praticá-lo.

A partir daí, qualquer um pode ser um triatleta, independente do sexo, idade ou nível de condicionamento físico inicial. Portanto, ele pode ser sim um esporte democrático, e talvez seja justamente isso que o torne tão especial.

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